(Santuário Pagão) Arte Rupestre e Santuário no Centro Histórico de Vila Real

    Em plena Rua Marechal Teixeira Rebelo no centro histórico de Vila Real, podemos "descobrir" um penedo com arte rupestre, conhecido por Penedo do Macaquinho e que provavelmente foi um "santuário ofiolátrico constituído por uma serpentiforme de cronologia proto-histórica, que terá existido neste local e estaria associado ao castro que ficaria implantado na Vila Velha em Vila Real"(Padre João Parente). 

Infelizmente, para quem passa por lá, nada mais parece que um rochedo banal, visto que nem uma identificação do que outrora foi e da sua importância no dias de hoje.

O penedo prolonga-se por baixo do muro de sustentação de terras dos terrenos agrícolas do antigo Convento de São Domingos, sendo plausível que existam mais elementos gravados que estejam soterrados. 

    Durante as intervenções, no ano passado (2021) naquela rua, vário especialistas (International History Students and Historians Group (IHSHG)) mostraram a sua preocupação pela perda total ou possíveis danos durante as obras que lá ocorriam.

    Segundo os especialistas internacionais (aproximadamente 1.400 membros) trata-se de um “afloramento granítico que contém várias gravuras rupestres, em pleno centro da cidade, que se estima ser “anterior a data de fundação do primeiro núcleo urbano”.

    O afloramento rochoso contém arte rupestre e é caracterizada por covinhas, estribos, “serpentiformes”, um conjunto de cinco degraus ladeados por estribos e  eventuais outros motivos, tal como ocorre no Castro Castroeiro. 

    Contudo durante as obras  é possível verificar-se que " (...)sofreu alguns danos pois observam-se marcas recentes de dentes de uma máquina, o solo junto ao afloramento rochoso escavado, o penedo partido e material de construção civil depositado em cima da rocha. " - Luís Filipe Pereira (Março 2021)

    Apesar de ser um achado arqueológico de bastante importância pode-se verificar que não faz parte de nenhum documento do património arqueológico local da Câmara Municipal de Vila Real apesar de em 2017 a arqueóloga Rita Melo ter apresentado o tema Santuário Rupestre no Coração de Vila Real no "IV Congresso Internacional – Santuários, cultura, arte romarias, peregrinações, paisagens, pessoas" como se pode verificar na imagem seguinte:

"Pouco nos apraz registar que a Câmara de Vila Real não tomou, até à data, qualquer género de atitude de salvaguarda que procurasse proteger um afloramento granítico de tão valiosa importância patrimonial para o estudo da cidade de Vila Real que se encontra em grave risco de desaparecer", referiu a organização internacional IHSHG (2021).