(Livro) As Runas Desvendadas de Hélio Pires

O livro "As Runas Desvendadas" do autor Hélio Pires* foi publicado pela Editora Zéfiro em Portugal em 2023. 

O livro está dividido em 10 capítulos onde o autor vais explorando a História e os usos das runas:

"UMA VIAGEM DESDE A ANCESTRALIDADE ATÉ À ACTUALIDADE DA ESCRITA USADA PELOS VIKINGS

A palavra "runa" traz à mente noções de mistério, magia e segredo. Mas não só isso é apenas uma pequena parte da História, como é uma parte muitas vezes enfatizada à custa de outras, mais significativas: se a Edda Poética está pejada de referências a encantamentos rúnicos e várias inscrições são de teor mágico, são muitas mais as que têm uma natureza memorialista, prática, quotidiana e até obscena.

As runas foram um sistema de escrita fonético (isto é, os símbolos representam sons) empregue para escrever todo o tipo de textos durante mais de mil anos. E essa longevidade e diversidade de uso faz das mais de seis mil inscrições sobreviventes uma fonte de informação que não só desmente crenças modernas sobre as runas (de que são símbolos mágicos ou que foram suprimidas pela Igreja), como é um recurso importante para os historiadores.

Este não é pois um livro de magia, embora fale em parte dela. Não são páginas sobre divinação, ainda que tenha linhas sobre isso. Nem é um volume sobre neopaganismo, se bem que toca no assunto. Este é um livro sobre runas em toda a sua diversidade, das origens aos nossos dias, sobre como foram e são estudadas, distorcidas, usadas e reutilizadas. Para uma melhor compreensão do passado, mas também do presente."

Nos quatro primeiros capítulos temos o uso das runas como um sistema de escrita fonética para os povos nórdicos lembrando também que foram usadas para fins simbólicos e mágicos, sobre a inscrição encontrada numa igreja norueguesa em Oye, as origens das runas e onde são citadas no poema éddico Hávamál, na Ynglinga saga e na Edda Poética. Temos, ainda, sobre o Fupark Antigo e a sua acrofonia, onde o autor colocou uma tabela com o símbolo de cada uma das runas, a letra correspondente, o seu nome e tradução desse nome; temos a diferença do fupark anglo-frísio, o inglês e o fupark novo (e as variantes que existem, falando ainda no medieval). 

De seguida, nos  próximos três capítulos, encontramos os usos pré-cristãos das runas, abordando tanto os usos mágicos tanto os usos religiosos, as inscrições descobertas que abordam os nomes dos artesãos que usavam as runas para a escrita dos seus nomes, as várias pedras onde foram encontradas inscrições rúnicas, as suas decorações, os runógrafos, os deuses e os santos para quem eram erguidas e os seus usos pós-pagãos (falando na magia, religião, homenagens fúnebres, como testemunhos de transacções, declarações de amor e de obscenidades). 

Por fim, nos três últimos capítulos, temos como as runas passaram a ser usadas de forma esotérica, mágica e ideográfica como são conehcidas hoje em dia, o seu uso no neopaganismo, a popularização que elas ganharam e se tem ou não ligação com as siglas dos pescadores de Póvoa de Varzim. 

Ao longo do livro o autor vai descrevendo vários objetos arqueológicos, tais como a pedra Rok na Suécia ou um pente de osso. 

Podem comprar em Portugal o livro físico diretamente na editora Zéfiro aqui. 

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*Hélio Pires nasceu em Alcobaça em 1980. Fez mestrado em Estudos Vikings e Medievais na Universidade de Uppsala, na Suécia, e doutoramento em História Medieval na Universidade Nova de Lisboa, tendo a sua tese sido publicada pela Zéfiro em 2017 com o título Os Vikings em Portugal e na Galiza. Editou igualmente na Zéfiro o livro Mitos e Lendas Nórdicas. É membro do Instituto de Estudos Medievais e do NEVE, conferencista e autor de vários artigos sobre vikings, a Escandinávia antiga e mitologia nórdica.