Os Santos Populares e o Paganismo

A origem das festas dos Santos Populares que conhecemos hoje (Dia de Santo António, Dia de São João e Dia de São Pedro) remonta aos rituais pagãos (celtas, romanos e germânicos) que tinham o objetivo de homenagear os deuses da natureza e da fertilidade dos campos e que eram realizados, normalmente, durante o Solstício de Verão e o Beltane. 
Segundo o pesquisador de culturas populares Alberto Tsuyoshi Ikeda, “As origens [das festas juninas] são mesmo as festas pagãs das antigas civilizações ligadas aos ciclos da natureza e às estações do ano. Sociedades antigas realizavam grandes festividades, com durações longas, até de um mês, sobretudo nos períodos de plantio e de colheita. 
A primavera era bastante comemorada, como o reingresso da vida mais dinâmica, o rebrotar da natureza e das atividades depois do período do inverno, sempre de muita dificuldade, luta pela sobrevivência e recolhimento". 
Era comum as pessoas reuniam-se à volta de grandes fogueiras e dançar para as entidades da natureza e às divindades em rituais de agradecimento e vem daí o costume de se pular as fogueiras nas festas dos Santos Populares.
Quando a Igreja Católica assumiu o poder na Europa, dominou a vida sociocultural e política durante a Idade Média. Uma das estratégias que o cristianismo encontrou para converter as pessoas para a nova fé foi a incorporação de elementos e rituais pagãos.
Assim, essa festa da colheita e da fertilidade transformou-se num evento para homenagear os santos católicos, como ainda se faz nos dias de hoje.

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