(Amuleto Tradicional) Ramo de Maias

    Um dos amuletos tradicionais mais usados em Portugal é sem dúvida o ramo de Maias, ou Maios como são conhecidos em algumas zonas, que normalmente é feito no dia 30 de Abril para o 1 de Maio e é colocado nas entradas das casas e nas janelas antes da meia-noite. Segundo a tradição, o ramo de Maias (giestas) traz abundância, ajuda nos pedidos de fertilidade, afasta o mau olhado e animais como o carrapato.

"Segundo o agrónomo Luís Alves, do Cantinho das Aromáticas, este ritual "...será também uma forma de iniciar o mês de Maio celebrando a fertilidade e a abundância da natureza que nos rodeia e um alerta para a importância de a respeitarmos e aprendermos que fazemos parte do todo e não estamos nunca acima dele”. Em certas regiões, as maias espalham-se ainda pelos carros de bois e pelos automóveis e todos os lugares para onde se deseja abundância… e dos quais se quer manter o azar e o infortúnio bem longe."

    A origem do seu uso é incerta, mas poderá ser uma festa pagã que foi proibida várias vezes, como aconteceu em Lisboa no ano de 1402, por Carta Régia de 14 de Agosto, onde se determinava aos Juízes e à Câmara "que impusessem as maiores penalidades a quem cantasse Maias ou Janeiras e outras coisas contra a lei de Deus...".

    Outra das origens poderá ser o Império Romano, onde a Deusa Maia, mãe de Mercúrio, era a deusa associada à fecundidade, à projeção da energia vital e à primavera, e era costume enfeitar as janelas com flores em sua honra. 

    Ou poderá ter origens na Floralia, celebração que ocorria nos seis primeiros dias do mês de Maio, em honra á Deusa Flora (deusa associadas ás flores) e do ápice da primavera, onde se celebrava a fertilidade, se fazia pedidos para que as terras dessem boas colheitas durante o ano e normalmente jogavam jogos. As prostitutas de Roma, que consideravam o dia como seu, atuavam nuas no teatro e no circo romano ( um estádio utilizado para corridas de bigas) veados e lebres, símbolos da fertilidade, eram soltos em homenagem à deusa protetora.