(Santuário Pagão) Altar de Pena Escrita


    Em Vilar de Perdizes (Montalegre), Vila Real, há um altar pagão (galaico-romano) no meio de campos agrícolas dedicado a um deus não muito conhecido: o Deus Larouco.
    Não é muito fácil de ser encontrado, apesar de ter placa de sinalização e as suas coordenadas serem conhecidas (41º50’49,58’’ n e 7º38’32,51’’ w), o altar encontra-se no meio de campos, pelo que é necessário andar um pouco às voltas até ser encontrado. É possível verificar um abandono e falta de limpeza das pedras e do terreno à sua volta. Junto do altar existe uma placa com uma breve explicação sobre o altar, mas que em dias de sol é difícil ser lida.


    "Tudo aponta para que o deus Larouco tenha sido muito difundido na região, como se verifica pelo atribuir do seu nome à Serra do Larouco, e pelo descobrir por parte do Padre Fontes de uma representação em relevo do Larouco escondida na Igreja de Vilar de Perdizes. Devido à distância no tempo, e à ausência de documentos escritos, é difícil discernir exatamente qual a função do altar e como se processaria o culto ao deus Larouco através do mesmo. Certos arqueólogos e historiadores apontam para um alinhamento do altar de forma a assinalar os solstícios e as posições da lua, verificando-se um culto, que, como é comum a muitos cultos pagãos, está relacionado com a passagem natural das estações e a influência dos astros. Outros assinalam ainda a possibilidade de que o culto prestado neste santuário se dava durante as estações mais agrestes, quando a região é coberta de neve e assolada por ventos fortes e tempestades, um tributo à associação do deus Larouco ao trovão, à força da natureza. Possivelmente ambas as interpretações poderão estar corretas, relembrando-nos da proximidade entre homem e natureza intrínseca ao paganismo." - Portugal num Mapa (2014)


    "...Rodríguez Colmenero, volta a descrever o local, assinalando a presença do que na altura lhe pareceu serem duas inscrições rupestres no lado nw da estrutura: a primeira, que interpretou como I(ovis) Soc(io) larocvo e a segunda, com o texto la[rocv]o/ m(ilites) leg(ionis) vii p(iae) f(elicis) c(enturiae). Em publicação posterior, o autor assinala, porém, que ao voltar ao local pôde verificar que as aparentes inscrições se tratavam, na realidade, de crescentes gravados na rocha. 
A referência mais recente entretanto publicada sobre o sítio, por Inês Vaz evoca-o como santuário rupestre e mais em concreto, como «penedo-templo» num esforço de estabelecer uma tipologia para este tipo de sítios." *SANTOS (2009)

* SANTOS, Maria João Correia (2009): "Inscrições rupestres do Norte de Portugal: novos dados e problemática"

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